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Coração de 5 Pontas

1
O Foguete Tricolor vai Decolar

2 Viajando pelo Tempo

(Hélio Ziskind)

Ano:1880
o Brasil ainda tinha Rei
nas escolas mais finas
professores de batina
ensinavam futebol

Rui Barbosa sorria
mexendo o bigodão
"o futebol é muito bom pra educação"

criança na escola jogando bola
criança na escola jogando bola
seu Rui sorriu

criança na escola jogando bola
foi assim que o futebol
começou no Brasil

1894
Charles Miller chegou
era um garoto brasileiro
que estudava na Europa
e voltou para o Brasil
na mala ele trazia
duas camisas listradas
seus dois times de lá
duas chuteiras,
duas bolas de couro
e um livro...
com as regras do futebol
chegou e fez um time
tava a fim de jogar
as bolas rolaram
o juiz apitou
prrr...

1900
a cidade no pique
jogo de time chique
saía no jornal
vinha gente ver
e o futebol não parava de crescer
na beira do Tietê
nasciam tantos campos de futebol!
e ao longo dos trilhos do trem
em cada estação bléim bléim
nascia um campo
e um time também
era a primavera do futebol
a bola rolando
gente em volta do campo
torcendo o lenço ... vibrando...uhh!

jogavam engraçado...
não tinha posição
um dava um chutão
e saía todo mundo
correndo atrás da bola
muito drible, muito tumulto, jogada violenta,
goleiro não agarrava; dava soco na bola
coitada... da bola

hei, ô sabereta!
e o São Paulo?
sai ou não sai?

antes do filho vem o pai
1900 foi o ano
em que nasceu o Paulistano
o pai do tricolor.

o time de futebol
do Clube Atlético Paulistano
era um time forçudo
era um bicho-papão...
ganhava tudo!

o Paulistano!
tinha do Araken Patusca
e um craque que era demais:
Friedenreich, o Fried

Fried era o Pelé daquele tempo.
jogou na seleção
com ele o Paulistano foi 6 vezes campeão

o time deu muitas alegrias
a torcida vivia feliz
Aleguá!

até que um dia...
tragédia aconteceu:

1930
num risco... de tinta...
o time morreu

morreu? por quê?

muita gente pedia
"deixa o futebol ser profissão"

mas a diretoria
não queria não

e o time acabou assim
na ponta da caneta
na palavra fim

torcedores desolados
ai de mim...
como é que eu vou viver sem o meu time pra torcer?
sem o meu jogo de domingo como é que vai ser?
sem o meu time não dá
buáá
viver sem time não dá
buáá

e pra acabar com tantos ais
60 sócios sensacionais
tiveram um idéia tricolor

um clube novo
nós vamos fundar
time querido
pra te abraçar

e assim nasceu o São Paulo
São Paulo Futebol Clube
futebol no nome
pra nunca mais parar

assim como a cidade que lhe deu o nome
o futebol do São Paulo não pode parar...
assim como a cidade que lhe deu o nome
o futebol do São Paulo não pode parar...

levanta a bandeira!

meu manto é vermelho preto e branco
meu escudo é um coração
de cinco pontas tricolor
ê ô ê ô

lá vai o foguete tricolor
voando pelo céu
no espaço sideral

uuuuáuuu...
colossal...



vozes, piano (sampler) e percussões (sampler): Hélio Ziskind / Bateria midi: Ivan Rocha / bateria e percussão: Guilherme Kastrup / sax alto e clarinete: Nailor Proveta / sax barítono: Ubaldo Versolato / Trompete: Rubinho Antunes / Trombone: Sidnei Borgani / teclado e órgão: Marcelo Jeneci / baixo: Régis Damasceno / programação: Márcio Nigro / arranjo de base: Hélio Ziskind / arranjo sopros: Nailor Proveta

3
Era uma Vez um Lugar

4
1933

5
Leônidas

6
Porfírio da Paz

7
Hino do São Paulo Futebol Clube

8
Uma Moeda

9
Terreninho não, terrenão

10
Bola no Barbante

11
Anos 60: o São Paulo era um Calhambeque

12
Anos 70: Olha a Máquina

13
Anos 80: 5 Vezes campeão!

14
Telê

15
Anos 90: O Foguete Decolou

16
Anos 2000: Pra Sempre Tricolor

17
Nomes pra não Esquecer

18
Hino do São Paulo Futebol Clube - instrumental


Criação e Direção Musical: Hélio Ziskind Produção
Executiva: Rui Branquinho
Direção de Arte e Ilustrações: Gustavo Duarte
Gravação e Mixagem: Hélio Ziskind e Márcio Nigro
Masterizacão: Homero Lotito (Reference Mastering Studio)

Este cd começou assim: num almoço no segundo andar do restaurante Pitanga com Rui Branquinho me dizendo: gosto muito da sua música e gosto muito do SP. Queria que existisse um cd com os dois juntos. E me deu de presente o livro do Conrado Giacomini (Dentre os Grandes és o Primeiro, editora Ediouro).

Li muitos livros pra fazer as letras deste cd. Livros lindos como o do Ignácio de Loyola, que me fez enxergar as paisagens do campo da Floresta, do Canindé, o grito antigo da torcida, a bolacha do Lp com a canção Bola no Brabante... Li livros de causos, o livro do Raí, a biografia do Tostão, do Telê, do Leônidas, colunas na internet, mas o livro do Conrado teve um outro efeito em mim: a história passou como um filme. Me encantei com a idéia de fazer uma história que pudesse ser decorada. Saber de cor. Saber de coração.

Primeiro, fiz quase toda a letra. Depois vim fazendo as melodias e os arranjos de base. Acabava algumas canções, imprimia as partituras e mandava pro Proveta escrever os arranjos dos sopros. De tempo em tempo gravávamos os 4 sopros. Foi criando um clima de novela, com os músicos querendo saber como a história continuava.

As alegrias foram muitas. Os olhos do Proveta me dizendo que as composições estavam boas. O Ubaldo que um dia não entrou com o barítono na hora certa porque sem perceber parou pra ouvir a letra. As primeiras canções foram duras pra nascer. Ainda não sabia como cantar. Guilherme Kastrup (percussão e bateria) me ajudou a atravessar esse período em que eu só conseguia sussurrar a letra. Ainda não tinha encontrado a minha voz na história.

Marcelo Jeneci trouxe sons de órgão elétrico e foi criando emendas entre partes como se fosse um senhor dos ventos a controlar massas invisíveis. Trouxe também o baixista Régis Damasceno, que além do sotaque melodioso do Ceará, trouxe o som do baixo Hofner pra denro do cd.

Márcio Nigro me acompanhou no computador, mixando, passando a limpo, programando, automatizando, enfim, criação e finalizacão ao memso tempo, uma caçando a outra. Aventura radical. Tempo contado. Planos e prazos estourados por causa de uma criacão que insistia em correr solta e livre. Não é toda hora que se abre uma avenida assim.

Em Novembro de 2008 (quase um ano e meio de trabalho), o verso final do cd era assim: "2008, num trampo descomunal, nasceu esta história do SP em forma musical". Porém, doenças na família me impediram de concluir o cd. E ainda por cima o SP ganhou o campeonato! Ou seja, tive que criar novos versos pra cantar sobre o arranjo já gravado... Dá-lhe computador!

Terminamos o cd em outubro de 2009. Realmente, foi uma aventura... daquelas que a gente volta pra casa todo esfolado e imensamente feliz. Me tranformei ao longo desse cd. Serei eternamente grato ao Branquinho pelo convite.

Agradecimentos: Conrado Giacomini, Victor Birner, Guimme, Rui Branquinho e Gustavo Duarte pela ajuda na elaboracão do texto. A Eduardo Muszkat e Gislene Rocha, da MCD, pela paciência e atenção.




 

 
créditos