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Coração de 5 Pontas

1
O Foguete Tricolor vai Decolar

2
Viajando pelo Tempo

3 Era uma Vez um Lugar

(Hélio Ziskind)

Era uma vez um lugar
onde tudo
começou

chácara da floresta, na beira do rio Tietê
feche os olhos... você vai ver

entre velhas figueiras e coqueiros
numa clareira
um campo de futebol

uma arquibancada de madeira
e uma cerca branca ao redor

campo da floresta
onde tudo começou

a primeira casa
o primeiro time

que suou a primeira camisa
e trouxe a primeira taça

imagine...

1931
o São Paulo era um bebê
tinha um ano de idade

o Corinthians já era um rapaz
com 21

e os dois iam jogar
a decisão do campeonato

era domingo
no campo do Corínthians

entusiasmada, uniformizada
a torcida do São Paulo
soltava seu grito

uaique - paique - chaique - uaique
uaique - paique - chaique - uaique

tchem go
tchem go
rá / rá / rá

São Paulo
São Paulo
São Paulo

Arakan - balan - bacan
Arakan - balan - bacan

tumberê - tumberá
rico - reco - rico - rá
rá / rá / rá

São Paulo
São Paulo
São Paulo

João Iaiá
pelo alto-falante
anunciava a escalação:

Araken Patusca... Rá!
Friedenreich... Rá!
Luizinho... Rá!
Armandinho... Rá!

quatro e meia da tarde
o jogo começou

o São Paulo sai rasgando...
3 minutos de jogo...
Fried pra Armandinho
que chuta cruzado: stuf!
gol!!!
mexe o placar!
ê ô ê ô

Arakan - balan - bacan
tumberê tumberá

a superioridade tricolor é sufocante
aos 23, bola na área
Armandinho fuzila: stuf! gol!!

2x0 e dois minutos depois
adivinha quem?
Araken... pra quem ? Friedenreich!
o tigre avança e na saída do goleiro Onça faz
urrau! São Paulo 3x0...

a exibição é tão notável
que até os torcedores do Corinthians
batem palmas pro São Paulo
na saída pro intervalo!

segundo tempo
o Corinthians vem pra cima
e marca um
a bola rola
jogada na direita
Armandinho centra
e Araken fulmina de primeira
4x1

e foi assim
que o São Paulo da Floresta

levantou a primeira taça
e fez a primeira festa!

êô êô
uuuÁuu...
é carnaval
êô êô

bebê
que ‘ce tem na mão?
é mamadeira?
-não é não!

é uma taça
da cor do sol
que eu ganhei
no futebol



vozes, piano (sampler), baixo (sampler) e percussões (sampler): Hélio Ziskind / Bateria midi: Ivan Rocha / bateria e percussão: Guilherme Kastrup / sax alto e clarinete: Nailor Proveta / sax barítono: Ubaldo Versolato / Trompete: Rubinho Antunes / Trombone: Sidnei Borgani / teclado e órgão: Marcelo Jeneci / baixo: Régis Damasceno / programação: Márcio Nigro / arranjo de base: Hélio Ziskind / arranjo sopros: Nailor Proveta.

4
1933

5
Leônidas

6
Porfírio da Paz

7
Hino do São Paulo Futebol Clube

8
Uma Moeda

9
Terreninho não, terrenão

10
Bola no Barbante

11
Anos 60: o São Paulo era um Calhambeque

12
Anos 70: Olha a Máquina

13
Anos 80: 5 Vezes campeão!

14
Telê

15
Anos 90: O Foguete Decolou

16
Anos 2000: Pra Sempre Tricolor

17
Nomes pra não Esquecer

18
Hino do São Paulo Futebol Clube - instrumental


Criação e Direção Musical: Hélio Ziskind Produção
Executiva: Rui Branquinho
Direção de Arte e Ilustrações: Gustavo Duarte
Gravação e Mixagem: Hélio Ziskind e Márcio Nigro
Masterizacão: Homero Lotito (Reference Mastering Studio)

Este cd começou assim: num almoço no segundo andar do restaurante Pitanga com Rui Branquinho me dizendo: gosto muito da sua música e gosto muito do SP. Queria que existisse um cd com os dois juntos. E me deu de presente o livro do Conrado Giacomini (Dentre os Grandes és o Primeiro, editora Ediouro).

Li muitos livros pra fazer as letras deste cd. Livros lindos como o do Ignácio de Loyola, que me fez enxergar as paisagens do campo da Floresta, do Canindé, o grito antigo da torcida, a bolacha do Lp com a canção Bola no Brabante... Li livros de causos, o livro do Raí, a biografia do Tostão, do Telê, do Leônidas, colunas na internet, mas o livro do Conrado teve um outro efeito em mim: a história passou como um filme. Me encantei com a idéia de fazer uma história que pudesse ser decorada. Saber de cor. Saber de coração.

Primeiro, fiz quase toda a letra. Depois vim fazendo as melodias e os arranjos de base. Acabava algumas canções, imprimia as partituras e mandava pro Proveta escrever os arranjos dos sopros. De tempo em tempo gravávamos os 4 sopros. Foi criando um clima de novela, com os músicos querendo saber como a história continuava.

As alegrias foram muitas. Os olhos do Proveta me dizendo que as composições estavam boas. O Ubaldo que um dia não entrou com o barítono na hora certa porque sem perceber parou pra ouvir a letra. As primeiras canções foram duras pra nascer. Ainda não sabia como cantar. Guilherme Kastrup (percussão e bateria) me ajudou a atravessar esse período em que eu só conseguia sussurrar a letra. Ainda não tinha encontrado a minha voz na história.

Marcelo Jeneci trouxe sons de órgão elétrico e foi criando emendas entre partes como se fosse um senhor dos ventos a controlar massas invisíveis. Trouxe também o baixista Régis Damasceno, que além do sotaque melodioso do Ceará, trouxe o som do baixo Hofner pra denro do cd.

Márcio Nigro me acompanhou no computador, mixando, passando a limpo, programando, automatizando, enfim, criação e finalizacão ao memso tempo, uma caçando a outra. Aventura radical. Tempo contado. Planos e prazos estourados por causa de uma criacão que insistia em correr solta e livre. Não é toda hora que se abre uma avenida assim.

Em Novembro de 2008 (quase um ano e meio de trabalho), o verso final do cd era assim: "2008, num trampo descomunal, nasceu esta história do SP em forma musical". Porém, doenças na família me impediram de concluir o cd. E ainda por cima o SP ganhou o campeonato! Ou seja, tive que criar novos versos pra cantar sobre o arranjo já gravado... Dá-lhe computador!

Terminamos o cd em outubro de 2009. Realmente, foi uma aventura... daquelas que a gente volta pra casa todo esfolado e imensamente feliz. Me tranformei ao longo desse cd. Serei eternamente grato ao Branquinho pelo convite.

Agradecimentos: Conrado Giacomini, Victor Birner, Guimme, Rui Branquinho e Gustavo Duarte pela ajuda na elaboracão do texto. A Eduardo Muszkat e Gislene Rocha, da MCD, pela paciência e atenção.




 

 
créditos